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Somos... o Jardim de Infância/Creche/ATL "O Paraíso", um Establecimento Sócio-Educativo da Santa Casa da Misericórdia do Bom Jesus de Matosinhos - Instituição Particular de Solidariedade Social.
Iniciámos a nossa actividade em 1990, com 75 crianças nas valências de Creche e Jardim de Infância.
Hoje, contamos com mais de 220 crianças, distribuídas pelas valências de Creche, Jardim de Infância e ATL.

Localização

O Jardim de Infância/Creche/ATL "O Paraíso" situa-se no concelho de Matosinhos, na Avenida D. Afonso Henriques - Adro da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, e como o próprio nome indica, a situação deste espaço dedicado à infância, é privilegiada, pois está rodeado de uma grande zona verde e um pouco afastada dos ruídos da cidade.


Matosinhos, é um importante Concelho do distrito do Porto, estando limitado a oeste pelo Oceano Atlântico, tendo como fronteiras terrestres os concelhos vizinhos de Vila do Conde (a norte), da Maia (a este) e do Porto (a sul).
É formado por dez populosas freguesias: Matosinhos, Leça da Palmeira, Sra. da Hora, S. Mamede de Infesta, Custóias, Leça do Balio, Guifões, Santa Cruz do Bispo, Perafita e Lavra.
A existência de uma considerável extensão de costa marítima confere ao concelho características físicas, sociais, económicas e culturais muito próprias, traduzidas em marcas bem evidentes da presença do mar, encontrando-se no concelho inúmeras actividades relacionadas directa ou indirectamente com o Atlântico.

Um pouco de história

1. A instituição da Confraria do Bom Jesus de Bouças
À Confraria do Santo Crucifixo de Matosinhos do Bispado do Porto, é concedida em Novembro de 1607, uma Bula Papal de Paulo V, pela qual ficou a dita Confraria instituída canonicamente, e agraciada com numerosas indulgências.
No arquivo da Misericórdia encontra-se somente o seu traslado, feito pelo Padre Manuel da Costa Teixeira em 16 de Dezembro de 1848.
Mais tarde, é-lhe concedido o Título de “Real Confraria”, por D. Pedro 11, em Alvará de 26 de Agosto de 1688, passado em Lisboa por Domingos Gomes de Araújo, ficando deste modo, a Confraria do Bom Jesus de Bouças, com o seu Compromisso confirmado e garantia régia de seus direitos e privilégios, tendo-se assim concretizado a vontade do seu Juiz e Irmãos.
Este Alvará faz parte integrante do Compromisso da Confraria do Santo Crucifixo de Bouças datado de 1680, sendo este e um outro datado de 1682, os únicos exemplares de estatutos, pelos quais se começou a regular a Confraria.
Com a Implantação da Républica e através da Portaria publicada no Diário do Governo, de 3 de Março de 1939, foi autorizada a sua transformação para Santa Casa da Misericórdia do Bom Jesus de Matosinhos - nos três primeiros séculos da sua existência, dedicou-se quase exclusivamente a " (...) actividades de apoio a pobres, indigentes, orfãos e desprotegidos, recolhendo esmolas, promovendo funerais, ajudando presos e condenados (...), para além de manifestações religiosas, tendo em conta a sua erecção canónica. "


2. Os órgãos de Assistência
Faltava à Misericórdia de Matosinhos formar as instituições necessárias para que através delas pudesse aplicar as suas acções de beneficência e caridade, seu objectivo máximo. Para isso pôde contar com a ajuda de numerosos benfeitores, muitos deles insignes Irmãos desta Confraria, como por exemplo, o Conselheiro Artur da Costa Braga, D. Emília Maia dos Santos Reis, António da Silva Pinheiro, João José dos Reis – 1º Conde de S. Salvador de Matosinhos, e particularmente D. Ana Emília Maia dos Reis Costa Braga, a qual, revelando toda a sua grandeza de alma, vendeu em 1918 à Confraria por uma quantia simbólica, o seu magnífico palacete, onde foi instalado o Asilo de Nossa Senhora da Conceição, actual Internato de Nossa Senhora da Conceição. Obra de grande alcance social, com uma capacidade para quarenta e três utentes do sexo feminino, dos 6 aos 18 anos, sem retaguarda famíliar, representa uma das mais valias da Santa Casa da Misericórdia.
Este Asilo que, até aqui, funcionava em instalações provisórias, para a substituição das quais em 1895 se fala da formação de uma Comissão Instaladora, pôde na data supracitada, contar com instalações próprias, para desta forma poder dar a meninas pobres protecção, amparo e conforto.
Para ele eram canalizados toda a espécie de donativos, como géneros alimentícios, vestuário, medicamentos, etc.
Também a instrução foi alvo da atenção desta Confraria, pois através dela o Ser Humano alcança valores mais altos. Será neste contexto que deparamos com a inauguração da Escola Primária do sexo masculino em 1880.
Em Matosinhos, terra voltada para o mar, de tradição piscatória, a sua Confraria não podia alhear-se da necessidade que havia em desenvolver os conhecimentos daqueles que mais tarde se dedicariam à faina do mar. Com esse fim em 1881, e aprovada em Mesa, sendo então Juiz o Conde de S. Salvador de Matosinhos, a criação de uma escola náutica para complemento dos estudos primários, que funcionaria nas mesmas instalações.
Infelizmente não temos qualquer conhecimento de que este projecto tenha sido levado a cabo.
Mais tarde, e no seguimento desta obra é inaugurada em 1891, a Escola Primária para o sexo feminino.
Assim, a importância dada pela confraria à assistência cultural, social e económica é reconhecida, e em 1893 pelo Administrador do Concelho fica isenta pela sua acção, do imposto de beneficência, quando dispendesse 5% da sua receita em actos de auxílio ao próximo e no ensino primário.
Por fim, cria-se o Hospital Asilo de Santa Violante em 3 de Maio de 1898, o qual viria a ser o expoente máximo da assistência praticada por esta Misericórdia.
A fundação deste hospital só foi possível através de abnegadas dádivas materiais, tendo muitas delas contribuído para o contínuo alargamento das suas primitivas instalações.
À volta destas foram-se agregando novos pavilhões, destinados a tratamentos de doenças especificas, possibilitados por força de variados legados, com serviços gratuitos a pobres e indigentes como o serviço de Oftalmologia. Outros casos houve em que o Hospital Asilo de Santa Violante cedeu as suas instalações a pedido do Administrador do Concelho em 1889 para tratamento e isolamento dos doentes atacados pela peste bubónica, caso o concelho viesse a ser atingido por esta epidemia.
Deste modo a população de Matosinhos pôde até hoje desfrutar do seu hospital, o qual após 1974, por força das circunstâncias, passou a ser administrado pelo Estado.
Depois do 25 de Abril de 1974 e com a nacionalização do Hospital, a Santa Casa, viu-se diminuída na sua prestação de bem-fazer, ficando só com o Internato de Nossa Senhora da Conceição - as Escolas da Confraria nesse tempo já funcionavam como Escolas Públicas, sob a alçada do Estado.
Em Janeiro de 1975, tomou posse a primeira Mesa Administrativa presidida pelo Provedor, Dr. Miguel Martins de Oliveira que, durante dezasseis anos geriu os destinos da Instituição, e o âmbito da acção social da Irmandade alargou-se com a construção de novas instalações para o Internato. Logo em seguida foi construída a Casa Mortuária, sem qualquer suporte financeiro de outra entidade pública ou privada a não ser a Santa Casa. Em seguida a grande obra que foi a construção do Jardim de Infância/Creche/ATL "O Paraíso", inaugurado em 6 de Junho de 1990.
No Bairro da Biquinha iniciou a Misericórdia de Matosinhos, a gestão de uma Creche. Foi também nesse ano que, em acordo com o CRSSP, tomou a ainda a administração e gestão do Centro Infantil de Matosinhos.
Nas Mesas presididas pelo Provedor anterior, foram ainda concretizados muitos dos anseios dos Irmãos: a instalação do Museu da Misericórdia, inaugurado em 26 de Novembro de 1994; a pavimentação do Adro da Igreja; a abertura do Centro de Dia para a Terceira Idade; a instalação de uma Biblioteca e Arquivo e a recuperação do edifício do antigo Asilo de Nossa Senhora da Conceição.



Lenda do Sr. de Matosinhos

Na praia de Matosinhos, deram-se factos extraordinários, ao alvorecer do cristianismo na península. Por esse tempo vivia solitário numa herdade do seu tio Camaliel, próximo a Jerusalém, o piedoso Nicodemus, hábil escultor de imagens. Empregando o seu tempo neste mister, estava ele executando uma escultura, em que retratasse a efígie de Jesus, quando o zelo farisaico o perseguiu. Como artista e como cristão preferiu confiar o seu trabalho ao mar, do que vê-lo sacrificado nas fogueiras dos seus perseguidores. Assim fez. O mar recebeu a imagem de Jesus e as ondas a trouxeram até este lugar, já assinalado pela conversão de Cavo Pallantiano, depondo-o respeitosamente no sítio de Espinheiro, onde em memória do facto se levantou o Padrão que ainda se vê na estrada do molhe sul do Porto de Leixões.
A escultura, porém, estava incompleta quando o artista foi perseguido... Continua a lenda dizendo que a custo pôde Nicodemus concluir o braço que faltava à imagem. Quando o conseguiu, estava enclausurado numa prisão, a cujas muralhas vinham bater as ondas do mar. Nicodemus disse então, atirando ao mar a sua obra: “Braço, vai unir-te ao corpo a que pertences”.
Ainda, segundo esta lenda, este período durou uns largos cinquenta anos, de modo a que a imagem foi adorada incompleta por esse espaço de tempo, pois que por mais braços que lhe adaptassem, nenhum se conseguiu fazer aderir ao corpo venerado. Um dia, porém andava na praia uma pobre mulher apanhando algas secas para alimentar o lume, e aconteceu encontrar um objecto, que lhe pareceu bom para queimar. Chegando a casa deitou-o à fogueira, mas logo esse objecto saltou para fora. A mulher tinha uma filha muda que, ao ver o facto estranho, miraculosamente falou pela primeira vez na sua vida.
“Não teime em deitar ao lume esse pedaço de madeira” - observou a rapariga - “Porque esse é o braço que falta ao Senhor Bom Jesus de Bouças”.
Correu logo a notícia e foi adaptar-se o braço à imagem. Era tal e qual. Ajustou ao tronco, como se nunca ali tivesse faltado. É desde este milagre que data a grande romaria ao Espírito Santo de Matosinhos.